sábado, 30 de novembro de 2013

Onde Tem Bruxa Tem Fada, de Bartolomeu Campos Queirós

Esta é uma história de fadas, mas uma história diferente. Numa linguagem poética, o autor conta a história de uma fada que volta para o mundo de hoje ­ que não tem mais lugar para as fadas. Os mágicos ­ ou bruxos e bruxas ­ fazem parte da alegoria que, sutilmente, critica aqueles que não sabem sonhar, que trocam a fantasia e os desejos puros por necessidades fomentadas artificialmente, que só concebem um mundo registrado, carimbado, controlado. As próprias crianças, acostumadas a isso, nem sabem mais identificar seus desejos. Embora seja uma crítica perspicaz ao mundo moderno, o texto felizmente nos mostra um contraponto e uma luz de verdadeira esperança - o fato de que nos sonhos ­ ou seja, intimamente ­, as crianças sabem que a fantasia é possível e necessária, que o encantamento é mais Importante do que a magia. Além de propiciar um belo trabalho com a linguagem, o livro abre portas para discussões fundamentais para aquele que será o adulto de amanhã.

Para onde vai o mundo sem imaginação nem fantasia? Imagine a decepção de Maria do Céu, uma fada que vem á terra e descobre que o consumismo tomou conta de todos e que não há mais lugar para o sonho e a fantasia! Uma fábula cheia de fascínio, que nos leva a refletir sobre as convenções impostas pelo progresso. Seria o sacrifício do amor e da liberdade em troca do conforto material? Partiu-se do pressuposto de que a poesia tem o poder de transformar tanto a criança quanto o adulto, pois ela se faz presente no desenvolvimento do ser humano desde a mais tenra idade.

Bartolomeu nasceu em 1944, viveu a infância em Papagaios (MG). Com mais de 40 livros publicados (alguns deles traduzidos para inglês, espanhol e dinamarquês), formou-se em educação e artes, e criou-se como humanista. Cursou o Instituto de Pedagogia em Paris e participou de importantes projetos de leitura no Brasil como o ProLer e o Biblioteca Nacional, dando conferências e seminários para professores de leitura e literatura.
Idealizou o Movimento por um Brasil Literário , do qual participava ativamente. Por suas realizações, Bartolomeu colecionou medalhas: Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres (França), Medalha Rosa Branca (Cuba), Grande Medalha da Inconfidência Mineira e Medalha Santos Dumont (Governo do Estado de Minas Gerais). Recebeu, ainda, láureas literárias importantes, como Grande Prêmio da Crítica em Literatura Infantil/Juvenil pela APCA, Jabuti, FNLIJ e Academia Brasileira de Letras.
Faleceu em 16 de janeiro de 2012, na cidade de Belo Horizonte, em decorrência de insuficiência renal.

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