OS BICHOS QUE TIVE, DE SYLVIA ORTHOF
Neste livro, a autora conta sobre os próprios
bichos que já teve:
- uma rã, que ganhou do seu pai, batizada com o nome de Santa Aurora;
- um coelho chamado Oz, que
ganhou de seu tio, que disse que era para não deixar ele entrar em uma cartola
porque ele era de um mágico;
- um bicho-de-pé chamado Fernão Dias Paes Leme
- seu amigo adulto, Mamede, disse brincando que era um bicho-de-pé, e por isso
ela não quis tira-lo, mas depois de saber a verdade, teve que acabar tirando e
colocaram o bicho-de-pé em uma caixa de fósforos com buraquinhos;
- um cachorro da raça Basset,
chamado Sua Avó, fazendo todos pensarem que ela era mal educada,
quando ela dizia o nome para as pessoas;
- um elefante de circo que, certo dia, começou a
não fazer mais cocô e não resolvia nada, até que foram em um posto de gasolina enchê-lo de
água e daí ele colocou tudo pra fora;
- um bicho papão, chamado Medo, que ela mesma
inventou;
- uma gata chamada Clementina, que ele teve
quando já tinha seus 2 filhos e sua filha - a gata era muito namoradeira e,
por isso, quem cuidava dos seus filhotes era o cachorro deles, o Bobby.
Uma das maiores
inventadeiras de histórias que o Brasil já teve, Sylvia revela que foi uma
criança com outra qualquer: metia-se em confusões, nem sempre fazia tudo
certinho, como queriam as pessoas grandes, mas era gente boa e de bem com a
vida. Se estas histórias são verdadeiras? Claro que são! Os bichos existiram na
vida dela, as personagens também, os casos aconteceram. Só foram - às vezes -
um pouquinho enfeitados, aqui e ali, para a Sylvia se divertir e divertir seus
muitos e apaixonados leitores. Porque ela sempre pensou que, pelo riso e pela
alegria, a gente também aprende muita coisa importante.
Sylvia Orthof
Gostkorzewicz (Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1932 –
Petrópolis, 24 de julho de 1997) foi uma escritora brasileira de livros infantis.
Filha do pintor
Gerhard Orthof e da pintora e ceramista Gertrud Alice Goldberg, um casal de
judeus austríacos, é também sobrinha do compositor Arnold Schönberg. Sua formação inclui
cursos de mímica, desenho, pintura, arte dramática e teatro. Na área de
dramaturgia infantil, trabalhou como autora de texto, diretora de espetáculos,
pesquisadora e professora de teatro. Viveu dois anos em Paris, aprendendo com Marcel Marceau a arte da mímica. De lá, voltou ao Brasil para
trabalhar como atriz. Atuou no Teatro Brasileiro de Comédia e na TV Record,
ambos em São Paulo. Mudou-se então para Nova
Viçosa-BA, desenvolveu atividades com teatro de bonecos com as crianças do
local utilizando materiais de uso comum na região Transferiu-se posteriormente
para Brasília, onde lecionou Teatro na Universidade de Brasília e coordenou as
atividades de teatro do SESI. Em
1966, segundo o livro Cães de Guarda,
de Beatriz Kushnir, foi convidada a ministrar um curso de teatro para
aperfeiçoamento do corpo de censores em Brasília. Em julho de 1969, lecionou a
disciplina "Expressão Corporal" no Curso de Teatro do Festival de
Inverno de Ouro Preto-MG, vinculado à Universidade Federal de Belo Horizonte.
Como produto do Curso, o grupo de alunos encenou o espetáculo teatral
"Ciranda de Vila Rica", dirigido e montado por Sylvia Orthof, com
trechos do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília
Meireles.
Começou em 1979, a
convite de Ruth Rocha, a
colaborar com a Revista Recreio.
Publicou seu primeiro
livro infantil em 1981, escrevendo, a partir de então, cerca de 120 títulos
para crianças e jovens, entre contos, peças teatrais e poesias.
Entre as muitas peças de teatro, destacam-se Eu chovo, tu choves, ele chove e Quem
roubou meu futuro. Entre as histórias infantis, Maria-vai-com-as-outras, de 1982, que conta a história de uma
ovelha chamada Maria que fazia tudo que as demais faziam, até que um dia
resolveu seguir seu próprio caminho. Foi um enorme sucesso de crítica de
público, bem como Quem roubou
o meu futuro?, sobre uma menina de 13 anos chamada Valéria que deseja
encenar uma peça, no que é impedida pela avó, que prefere que ela faça um curso
de datilografia.