UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA, DE ZIRALDO
Depois de estudar na capital, a
jovem Cate, 18 anos, volta a sua cidadezinha no interior de Minas Gerais, para
dar aulas na escola primária. Entusiasmada, livre e comunicativa, ela conquista
os alunos no ato, mas seu comportamento de vanguarda não agrada às professoras
conservadoras da década de 40.
As aulas da Professora Maluquinha
são uma aventura feliz, uma contínua brincadeira. A cada dia ela traz ideias
novas. Toda aula começa com uma frase diferente no quadro e um prêmio para quem
a ler mais depressa. Depois, Cate inventa a máquina de ler: uma bobina de papel
de embrulho de loja com uma manivela. Ela gira o rolo e as crianças leem os
versos que surgem. De outra vez, leva a turma para assistir ao filme Cleópatra
no cinema. E assim seus alunos conhecem a História universal, decoram tabuada
com música e leem cada vez mais depressa.
Ao mesmo tempo em que descobrem o
prazer de aprender, os amigos da escola também têm as primeiras aulas sobre
amor, amizade e liberdade. E a professorinha não conquista só os alunos: os
rapazes mais bonitos da cidade caem de amores por ela. O professor de Geografia
Mário, o romântico Pedro Poeta, o boêmio Carlito e o galã Rodolfo Valentino se
revezam nas tentativas de conquistar a moça.
Criada por Tia Cida e sobrinha do
Monsenhor Aristides, Cate cresceu junto com o afilhado do tio, Beto, que se
tornou padre e volta à cidade depois de ter estudado fora. Padre Beto é quem
supervisiona a escola e repreende a moça a cada queixa das outras professoras.
Os namoricos de Cate o deixam mordido de ciúme, mas ele não admite. Conta tudo
ao Monsenhor, que tem a maior paciência com as maluquices de sua protegida.
No fim do ano, Cate propõe uma
revolução: seus alunos não precisam fazer a prova final, porque ela garante que
eles aprenderam muito além do que está nos livros didáticos. Mas sua maior
ousadia ainda estava por vir, passar por cima de qualquer barreira em nome do
amor.
O Livro
Lançado em 1995, o livro Uma Professora Muito Maluquinha é um dos
grandes sucessos de Ziraldo. Já vendeu mais de 380 mil exemplares. Foi
traduzido para o espanhol e virou série de livros em quadrinhos. O livro conta os revolucionários
métodos de ensino de uma jovem professora dos anos 40, que marcaram a vida de
seus alunos. Usando ilustrações de revistas como O Cruzeiro, quadrinhos como Reco-Reco,
Bolão e Azeitona, cartazes e anúncios, Ziraldo faz também a crônica de uma
época, vista pelos olhos das crianças.
Ziraldo Alves Pinto (Caratinga-MG, 24 de outubro de 1932) é um cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, desenhista, humorista e jornalista brasileiro. É o criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil.
Seu talento no desenho já se manifestava desde a infância,
tendo publicado um desenho no jornal Folha
de Minas com apenas 6 anos de
idade.
Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo), em 1954, com uma coluna dedicada ao
humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e posteriormente no Jornal do Brasil, em 1963. Seus personagens (entre eles
Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.
Em 1960,
lançou a primeira revista em
quadrinhos brasileira feita por
um só autor, Turma do Pererê,
que também foi a primeira história
em quadrinhos a cores totalmente
produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores
tiragens da época, Turma do Pererê
foi cancelada em 1964, logo após
o início do regime militar no
Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém,
sem o sucesso inicial.
Em 1969,
Ziraldo recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão
Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler,
principal premiação da imprensa livre da América Latina.
Em 1980,
lançou o livro O Menino Maluquinho, seu maior sucesso editorial, o qual
foi mais tarde adaptado na televisão e no cinema.
Incansável, Ziraldo ainda hoje colabora
em diversas publicações, e está sempre envolvido em novas iniciativas.
Ilustrações de Ziraldo já figuraram em
publicações internacionais como as revistas Private
Eye, da Inglaterra, Plexus, da França e Mad, dos Estados Unidos.